Discursos da sustentabilidade urbana

Autores

  • Henri Acselrad IPPUR - UFRJ, Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.22296/2317-1529.1999n1p79

Palavras-chave:

sustentabilidade, planejamento urbano, política ambiental.

Resumo

A noção de sustentabilidade remete antes à lógica das práticas, em que efeitos práticos considerados desejáveis são levados a acontecer, do que ao campo do conhecimento científico, em que os conceitos são construídos para explicar o real. Aplicada ao espaço urbano, a noção de sustentabilidade tem acionado diversas representações para a gestão das cidades, desde a administração de riscos e incertezas ao incremento da “resiliência” – a capacidade adaptativa – das estruturas urbanas. O que parece organizar analiticamente o discurso da “sustentabilidade urbana” seria sua distribuição em dois campos: de um lado, aquele que privilegia uma representação técnica das cidades pela articulação da noção de sustentabilidade urbana aos “modos de gestão dos fluxos de energia e materiais associados ao crescimento urbano”; de outro, aquele que define a insustentabilidade das cidades pela queda da produtividade dos investimentos urbanos, ou seja, pela “incapacidade destes últimos acompanharem o ritmo de crescimento das demandas sociais”, o que coloca em jogo, conseqüentemente, o espaço urbano como território político.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ACSELRAD, H. Sustainability and Territory. In: Internacional Seminar on “Sustainability as a Concept for Social Sciences”. Frankfurt: ISOE/Unesco, 1996.

ALVA, E. N. et al. Metrópoles (in)sustentáveis. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1997.

BLOWERS, A. (Ed.). Planning for a Sustainable Environment. Londres: Earthscan, 1996.

BOURDIEU, P. O poder simbólico. Rio de Janeiro/Lisboa: Difel/Bertrand, 1989.

BREHENY, M., ROOKWOOD, R. “Planning the Sustainable City Region”. In: BLOWERS, A. (Ed.). Planning for a Sustainable Environment. Londres: Earthscan, 1996. p.151.

BRUNDTLAND, G. Nosso futuro comum. São Paulo: Editora Fundação Getúlio Vargas, 1987.

CAMAGNI, R., GIBELLI, M. C. Développement Urbain Durable – Quatre Métropoles Européennes. Paris: DATAR-L’Aube, 1997.

CARRIZOSA, J. “The Evolution of the Debate on Sustainable Development”. In: Workshop Internacional “Definindo uma Agenda de Pesquisas Sobre Desenvolvimento Sustentável”. Anais… Rio de Janeiro: FGV, 1994. (Mimeo.)

CHARTIER, R. A história cultural – entre práticas e representações. Rio de Janeiro: Difel, 1990.

COSTA, A. C. R. da. “Da economia da beleza à beleza da economia”. Rio de Janeiro: IPPUR, 1997. (Mimeo.)

COSTA, J. F. A ética e o espelho da cultura. Rio de Janeiro: Rocco, 1994.

DALY, H. (Ed.). Economia, Ecologia, Ética – ensayos hacia una economia en estado estacionario. México: Fondo de Cultura Económica, 1979.

DALY, H. “From Empty-World Economics to Full World Economics: Recognizing an Historical Turning Point in Economic Development”. In: GOODLAND, R., DALY, H., EL SERAFY, S. (Eds.). Environmentally Sustainable Economic Development: Building on Brundtland. Washington: The World Bank, 1991.

DÉLÉAGE, J. P. “L’Avenir des Villes”. Écologie et Politique, Paris, n.13, p.13-6, printemps 1995.

DURAZO, E. P. “Desarrollo sustentable de las ciudades”. Ciudades, México, n.34, p.51, abr.-jun. 1997.

EL SERAFY, S. “The Environment as Capital”. In: CONSTANZA, R. (Ed.). Ecological Economics – The Science and Management of Sustainability. Columbia: Columbia University Press, 1991.

EMELIANOFF, C. “Les Villes Durables, l’émergence de nouvelles temporalités dans des vieux espaces urbains”. Écologie et Politique, Paris, n.13, p.37-58, printemps 1995.

FABIANI, J. L. “Sciences des Ecosystèmes et Protection de la Nature”. In: CADORET, A. (Ed.). Protection de la Nature. Histoire et Idéologie. Paris: Ed. L’Harmattan, 1985. p.75-93.

GODARD, O. “Environnement, Modes de Coordination et Sistèmes de Legitimité: Analyse de la Categorie de Patrimoine Naturel”. Révue Economique, Paris, n.2, p.215-42, mars 1990.

GODARD, O. “Le Développement Durable et le Dévenir des Villes, Bonnes Intentions et Fausses Bonnes Idées”. Futuribles, Paris, p.29-35, mai 1996.

HARVEY, D. A condição pós-moderna. São Paulo: Loyola, 1992.

MICOUD, A. “L’Écologie Urbaine – Nouvelles Scènes d’Énonciation”. Écologie et Politique, Paris, n.7, p.31-44, été 1996.

OMISHI, T. “A Capacity Approach for Sustainable Urban Development: an Empirical Study”. Regional Studies, v.28.1, p.39-51, 1993.

PASSET, R., THEYS, J. (Eds.). Héritiers du Futur – Aménagement du Territoire, Environnement et Développement Durable. Paris: Ed. de L’Aube, 1995.

PCDF – People Centered Development Forum. “Sustainability as the Organization Principle of People-Centered Development”. Nova York: s.n., 1992. (Mimeo.)

POUGH, C. (Ed.). Sustainability, the Environment and Urbanization. Londres: Earthscan, 1996. SAHLINS, M. Cultura e razão prática. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.

SHIVA, V. “Que quiere decir sustentable”. Revista del Sur, Montevideo, n.3, marzo-abril, 1991.

SILVA, L. O. “A ocupação do espaço construído e qualidade ambiental: o caso da cidade de SP”. In: SILVA, L. O. Ambiente Urbano e Qualidade de Vida. São Paulo: Polis, s.d. p.72-91.

STENGERS, I., SCHLANGER, J. (Eds.). Les Concepts Scientifiques, Invention et Pouvoir. Paris: La Découverte, 1988.

WORSTER, D. The Illusionary Promise of Sustainable Development. Kansas: University of Kansas, s.d. (Mimeo.)

Publicado

1999-05-31

Como Citar

Acselrad, H. (1999). Discursos da sustentabilidade urbana. Revista Brasileira De Estudos Urbanos E Regionais, (1), 79. https://doi.org/10.22296/2317-1529.1999n1p79

Edição

Seção

Artigos: O melhor do 8º Encontro Nacional da Anpur