https://rbeur.anpur.org.br/rbeur/issue/feedRevista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais2025-02-18T00:00:00-03:00Maria Encarnação Beltrão Sposito revista@anpur.org.brOpen Journal SystemsRevista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionaishttps://rbeur.anpur.org.br/rbeur/article/view/7688Territórios periféricos e as geografias da reprodução social crítica: heterogeneidade de práticas na urbanização periférica2024-08-24T11:38:22-03:00Thiago Canettierithiago.canettieri@gmail.com<p><span style="font-weight: 400;">A partir de pesquisa de natureza etnográfica realizada em uma periferia metropolitana de Belo Horizonte, este texto investiga as geografias da reprodução social crítica produzidas por sujeitos periféricos de modo a garantir sua sobrevivência em meio à crise. Explora-se a diversidade de práticas a partir de relatos de histórias da área estudada, atentando-se para as estratégias de reprodução social e as espacialidades produzidas. Trata-se de estratégias para sobreviver nas adversidades acumuladas no contexto da crise contemporânea. O argumento baseia-se no diagnóstico de uma profunda transformação nos territórios periféricos e busca evidenciar a complexidade das práticas sociais que estão envolvidas na dinâmica da urbanização periférica, evidenciando a heterogeneidade desta realidade.</span></p>2025-02-18T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.anpur.org.br/rbeur/article/view/7656Jovens empreendedores e utopias periféricas na zona sul de São Paulo2024-08-24T11:37:15-03:00Henrique Costahen.costa@gmail.comSue A. S. Iamamotosue.iamamoto@ufba.br<p style="font-weight: 400;">Baseado em uma etnografia que acompanha a trajetória de quatro jovens da periferia da zona sul de São Paulo, este artigo investiga a forma como o empreendedorismo se desenvolve como a outra face da cultura periférica. Entendido como forma cultural utópica do trabalho por conta própria, defendemos que o empreendedorismo desloca horizontes de expectativa que eram identificados anteriormente como preponderantes entre os moradores da periferia – um emprego com carteira assinada e a participação política. O artigo conclui que, ao não se verem mais representados no mercado de trabalho e nas organizações de esquerda, esses jovens se apoiam na utopia do empreendedorismo para dar respostas tanto aos seus dilemas individuais quanto, coletivamente, ao seu projeto de autonomia periférica.</p>2025-03-12T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.anpur.org.br/rbeur/article/view/7697Dar nome aos bois: um ensaio sobre categorias nativas e suas implicações políticas2024-07-18T19:25:59-03:00Ana Luiza Vieira Gonçalvesvgoncalves.analu@gmail.comCibele Saliba Rizekcibelesr@uol.com.br<p>O presente artigo parte de inquietação inicial centrada na nomeação dos territórios periféricos e suas dimensões políticas e/ou despolitizantes, em um processo diretamente ligado ao repertório e às categorias (teóricas e políticas) mobilizados para sua compreensão. A partir disso, buscamos elaborar e desdobrar algumas consequências da adoção da categoria “ocupação” para identificar territórios periféricos em São Paulo, considerando o contexto de disputa política, ideológica e econômica entre diferentes atores, como Estado – presente sob a forma de institucionalidade, poder de polícia, parlamentares e leis, o que produz diferentes efeitos nos territórios –, matrizes religiosas distintas, grupos que operam mercados ilícitos, movimentos sociais, organizações não governamentais, empresas privadas do mercado formal, moradores e universidades nacionais e internacionais, entre outros. A partir de pesquisa empírica realizada no distrito do Grajaú, zona sul da cidade de São Paulo, interessa-nos sobretudo pôr em xeque as formas de adoção acrítica de categorias à primeira vista nativas; defendemos, no caso estudado, o uso da categoria “favela” a partir de uma perspectiva dissensual, incidindo sobre o sensível, conferindo-lhe outras nomeações e disputando sentidos instrumentalizados por uma suposta ação virtuosa.</p> <p><span style="font-weight: 400;">A partir de pesquisa empírica realizada no distrito do Grajaú, Zona Sul da cidade de São Paulo, defendemos o uso da categoria favela a partir de uma perspectiva dissensual, incidindo sobre o sensível e conferindo-lhe outras nomeações e disputando sentidos instrumentalizados por uma suposta ação virtuosa.</span></p>2025-02-18T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.anpur.org.br/rbeur/article/view/7704Consumo alimentar na periferia da metrópole em fragmentação: diferenças e desigualdades em São Paulo (SP) 2024-07-30T17:48:35-03:00Sara Rebello Tavaressararebello@gmail.comGustavo Nagib gustavo.nagib@unesp.brMaciej John Wojciechowskijohn.matias@linhadagua.org.br<p>Analisam-se, neste artigo, desigualdades e diferenças concernentes ao consumo alimentar na metrópole de São Paulo, considerando a lógica socioespacial fragmentária como marco teórico. Focalizando os territórios de Cidade Tiradentes e Pinheiros, considera-se a distribuição desigual de alimentos frescos e minimamente processados em relação às práticas cotidianas de consumo. A pesquisa, de caráter qualiquantitativo e cartográfico, evidencia que a expansão de redes supermercadistas na periferia, embora intensifique a policentralidade, não mitiga a insegurança alimentar, perpetuando a predominância de alimentos ultraprocessados. Observa-se uma maior quantidade, diversidade e qualidade dos estabelecimentos em Pinheiros, enquanto em Cidade Tiradentes há a dependência de formatos como atacarejos, bem como características de desertos alimentares. As narrativas dos citadinos demonstram como renda, mobilidade e situação geográfica impactam as escolhas alimentares, reforçando as disparidades socioespaciais. Conclui-se que há urgência de políticas públicas que promovam equidade no acesso a alimentos saudáveis, integrando a segurança alimentar ao direito à cidade, destacadamente no atual contexto do processo de fragmentação socioespacial.</p> <p><strong> </strong></p>2025-03-12T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.anpur.org.br/rbeur/article/view/7773Globalização, neoliberalismo e competitividade regional: notas para discussão 2024-08-29T20:44:25-03:00Ricardo Castillocastillo@unicamp.brHenrique Faria dos Santoslivehenriquefariasantos@hotmail.com<p>O artigo propõe discutir o conceito de competitividade em sua dimensão geográfica com base em uma abordagem crítica, a fim de demonstrar como o discurso e a prática de políticas de planejamento para o alcance da competitividade dos países e dos subespaços nacionais (regiões, territórios, lugares, cidades) estão atrelados aos imperativos do período atual da globalização neoliberal. Dado que as condições locais e regionais têm sido cada vez mais decisivas para a produção, a circulação e a comercialização eficientes dos agentes hegemônicos, a inserção competitiva de bens e serviços nos mercados internacionais depende fundamentalmente das capacidades do espaço em gerar alta produtividade e fluidez. Contudo, a busca incessante por competitividade a todo custo provoca impactos social, econômica e ambientalmente perversos, como o que se observa nas regiões produtivas de países periféricos especializados em <em>commodities</em>. Tudo isso tem acentuado a “guerra dos lugares”, o desenvolvimento geográfico desigual e a vulnerabilidade territorial.</p>2025-03-13T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.anpur.org.br/rbeur/article/view/7747A lógica da “conta inversa”: rentabilidade imobiliária e interesse público no projeto urbano PIU Vila Leopoldina-Villa-Lobos em São Paulo2024-07-01T15:59:54-03:00Isadora Marchi de Almeidaisamarchialmeida@gmail.comPaula Freire Santoropaulasantoro@usp.br<h1>Este artigo investiga mudanças nas lógicas que embasam instrumentos urbanísticos que funcionam como políticas habitacionais inclusivas relacionando sua literatura ao estudo de caso do Projeto de Intervenção Urbana Vila Leopoldina-Villa-Lobos (PIU-VL) na cidade de São Paulo. O caso revela uma mudança nos mecanismos de financiamento na qual o modelo tradicional de captura da mais-valia calculada segundo o potencial construtivo disponível na área se transformou em uma “conta inversa” em que o custo da execução das intervenções de interesse público (composto principalmente da habitação) se torna o valor a ser capturado. A conclusão a que se chega é de que a “conta inversa” se aproxima de dinâmicas das parcerias público-privadas, traz riscos de subordinação do interesse público à lógica imobiliário-financeira e está estruturada com base na rentabilidade imobiliária privada como ponto de partida, mas, principalmente, como limitador das intervenções de interesse público, fragilizando compromissos do poder público perante a população afetada.</h1>2025-02-18T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.anpur.org.br/rbeur/article/view/7664Espaços de lazer de natureza e iniquidade racial2024-07-24T20:51:01-03:00Danilo Ciaco Nunesd962167@dac.unicamp.brBruno Modesto Silvestrebruno.modesto@upe.brSílvia Cristina Franco Amaralscfa@unicamp.br<p>Este estudo teve por objetivo analisar o acesso da população negra de Campinas, com base na distância de moradia, aos equipamentos públicos de lazer na natureza instalados na cidade. Foram utilizados dados oficiais fornecidos pelo município e aqueles relativos ao georreferenciamento da distribuição das Áreas Verdes de Função Social cotejados com os dados raciais do Censo 2010. Por meio do acompanhamento da evolução da morfologia urbana e do aumento do perímetro oficial da cidade, ocorrido como resultado de movimentos migratórios regulares, os quais trouxeram pessoas em busca de melhores condições de vida (em sua maioria negras), conclui-se que Campinas reproduz um modelo de urbanização dispersa, que impacta o acesso aos espaços públicos de lazer já precarizados desde o processo da abolição escravagista.</p>2025-02-18T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 https://rbeur.anpur.org.br/rbeur/article/view/7754A ordem urbano-regional na dependência rentista-neoextrativista: o caso do Brasil2024-08-13T21:46:41-03:00Luiz Cesar de Queiroz Ribeirolcqribeiro@gmail.comNelson Diniznelson.filho.1@cp2.edu.br<p>O objetivo do artigo é dialogar com o clássico debate sobre a urbanização dependente, com base na seguinte pergunta inicial de investigação: Até que ponto, ainda hoje, a ordem urbano-regional brasileira é determinada, entre outros fatores, pelas relações de dependência? Defende-se a hipótese de que a articulação contemporânea entre rentismo e neoextrativismo reforça a situação de dependência do Brasil, abrindo caminho para dinâmicas urbanas diversificadas, vinculadas a processos como a reprimarização, a financeirização e a desindustrialização do país. Trata-se, em termos metodológicos, de resgatar a tradição dos estudos urbanos latino-americanos que buscavam formas mais abrangentes e totalizantes de explicar as relações entre poder, acumulação e produção do espaço, ressaltando, ao fazê-lo, tópicos para uma agenda de pesquisa em torno da “nova urbanização dependente”.</p>2025-03-12T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025