Desenvolvimento urbano sustentável: uma contradição de termos?

Autores

  • Heloisa Soares de Moura Costa Programa de Pós- Graduação em Geografia — Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais(UFMG), Belo Horizonte, Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.22296/2317-1529.2000n2p55

Palavras-chave:

planejamento urbano, desenvolvimento sustentável, meio ambiente, política urbana.

Resumo

Poucos conceitos têm sido tão amplamente utilizados como o de desenvolvimento sustentável, num aparente consenso revelador mais de imprecisão do que de clareza em torno de seu significado. Com base em uma revisão de abordagens recentes, argumenta-se que a noção de desenvolvimento urbano sustentável traz consigo conflitos teóricos de difícil, porém não impossível, reconciliação: a) entre as trajetórias da análise ambiental e da análise urbana que, originando-se em áreas do conhecimento diferentes, confluíram na proposta de desenvolvimento sustentável; b) entre formulações teóricas e propostas de intervenção, traduzindo-se no distanciamento entre análise social/urbana crítica e planejamento urbano. São examinadas propostas de planejamento que adotam o discurso e/ou pressupostos de sustentabilidade urbana, discutindo exemplos da literatura internacional — as cidades compactas européias, o movimento californiano por cidades sustentáveis — e, no caso brasileiro, a experiência recente de planejamento urbano em Belo Horizonte.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BARBIER, E. “The concept of sustainable economic development”. Environmental Conservation, 14, 2, 1987.

BREHENY, M. J. (Ed.). Sustainable development and urban form. London: Pion Books, 1992.

BREHENY, M. J. “The contradictions of the compact city: a review” In: BREHENY, M. J. (Ed.). Sustainable development and urban form. London: Pion Books, 1992a.

CAMPBELL, S., FAINSTEIN, S. (Eds.). Readings in planning theory. Blackwell Publishers, 1996.

CASTELLS, M. La question urbaine. Paris: Maspero, 1972.

CASTELLS, M. The rise of the network society. Blackwell Publishers, 1996.

CASTELLS, M. The power of identity. Blackwell Publishers, 1997.

CASTELLS, M. End of Millennium. Blackwell Publishers, 1998. COLBY, M. Environmental management in development: the evolution of paradigms. World Bank Discussion Paper, 80, 1990.

COSTA, H. S. M. Entre o urbano e o ambiental: casamento impossível ou reconciliação possível? Mapeando algumas linhas recentes de análise e intervenção urbana e ambiental, 1998. Relatório de pesquisa. (Mimeo.)

COSTA, H. S. M. “Sustentabilidade urbana: um debate colocado em prática? Reflexões a partir de São Francisco, CA, e sua área metropolitana”. Anais do XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais. ABEP, p.1735-52, 1988a.

ESCOBAR, A. Encountering development. The making and unmaking of the third world. Princeton: Princeton University Press, 1995.

ESCOBAR, A. “Constructing nature. Elements for a poststructural political ecology”. In PEET, R., WATTS, M. (Eds.). Liberation ecologies. Environment, development, social movements. London & New York: Routledge, 1996.

GILLESPIE, A. “Communications technologies and the future of the city”. In: BREHENY, M. J. (Ed.). Sustainable development and urban form. London: Pion Books, 1992.

HARVEY, D. Social justice and the city. London: Edward Arnold, 1973.

HARVEY, D. The urbanization of capital. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 1985.

HARVEY, D. Justice, nature and the geography of difference. Blackwell Publishers, 1996.

HAUGHTON, G., HUNTER, C. Sustainable cities. London & Bristol: Jessica Kingsley Publishers, 1994.

LIPIETZ, A. Le tribut foncier urbain. Paris: Maspero, 1974.

LOJKINE, J. O Estado capitalista e a questão urbana. São Paulo: Martins Fontes, 1981.

NORGAARD, R. Development betrayed. The end of progress and a coevolutionary revisioning of the future. London & New York: Routledge, 1994.

O’CONNOR, J. “Capitalism, nature, socialism: a theoretical introduction”. Capitalism, nature, socialism, 1, 1: 11-38, 1988.

PEET, R., WATTS, M. Liberation ecologies. Environment, development, social movements. London & New York: Routledge, 1996.

PRED, A., WATTS, M. J. Reworking modernity; capitalisms and symbolic discontent. New Brunswick: Rutgers University Press, 1992.

SACHS, I. “Estratégias de transição para o século XXI”. In BURSZTYN, M. (Ed.). Para pensar o desenvolvimento sustentável. São Paulo: Brasiliense, 1993.

SMITH, N. Uneven development: nature, capital and the production of space. Oxford: Basil Blackwell, 1984.

SOJA, E. “Planning in/for postmodernity”. In BENKO, G., STROHMAYER, U. (Eds.). Space & social theory. Interpreting modernity and postmodernity. Blackwell Publishers, 1997.

TOPALOV, C. Les promoteurs immobiliers. Paris: Mouton, 1974.

TOPALOV, C. “Fazer a história da pesquisa urbana: a experiência francesa desde 1965”. Espaço & Debates, 23, 5-30, 1988.

TOPALOV, C. “Do planejamento à ecologia; nascimento de um novo paradigma de ação sobre a cidade e o habitat?” Cadernos IPPUR, ano XI, n.1 e 2, jan-dez 1997.

URBAN Ecology. Blueprint for a sustainable Bay Area. Oakland: Urban Ecology Inc., 1996.

VIOLA, E., LEIS, H. “A evolução das políticas ambientais no Brasil, 1971-1991: do bissetorialismo preservacionista para o multissetorialismo orientado para o desenvolvimento sustentável”. In HOGAN, D., VIEIRA, P. (Orgs.). Dilemas sócio-ambientais e desenvolvimento sustentável. Campinas: Editora da Unicamp, 1992.

Publicado

2000-03-31

Como Citar

Costa, H. S. de M. (2000). Desenvolvimento urbano sustentável: uma contradição de termos?. Revista Brasileira De Estudos Urbanos E Regionais, (2), 55. https://doi.org/10.22296/2317-1529.2000n2p55

Edição

Seção

Artigos