Práticas culturais como insurgências urbanas: o caso do Squat Kunsthaus Tacheles em Berlim | Cultural practices as urban insurgencies: the case of the Kunsthaus Tacheles Squat in Berlin

Autores

  • Claudia Seldin Universidade Federal do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Urbanismo, Rio de Janeiro, RJ

DOI:

https://doi.org/10.22296/2317-1529.2015v17n3p68

Palavras-chave:

Berlim, cidade criativa, insurgência urbana, planejamento cultural estratégico, resistência, Squat

Resumo

Este artigo aborda o tema da “insurgência” através da análise de práticas culturais que emergem como resistências aos crescentes processos de “culturalização” do espaço urbano. Partindo do princípio de que a criação e a venda de imagens de cidade dominam o campo do Planejamento Urbano contemporâneo, propomos investigar alguns casos que atuem contra essa tendência, com foco no recorte espacial de Berlim. Apresentamos um breve histórico das insurgências urbanas na capital alemã – hoje tida como um dos exemplos emblemáticos de “cidade criativa”, tão em voga no início do século XXI. Atenção especial será dada aos squats berlinenses, especialmente ao Kunsthaus Tacheles. Apesar de serem apropriados pelo marketing urbano oficial – que visa à construção de uma imagem de cidade alternativa e atraente aos profissionais criativos –, os squats sofrem negativamente com a gentrificação. Como consequência, veem-se obrigados a criar modos verdadeiramente criativos para garantir seu direito à cidade.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Claudia Seldin, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Urbanismo, Rio de Janeiro, RJ

Arquiteta e Urbanista (FAU-UFRJ), Mestre e Doutora em Urbanismo (PROURB/FAU-UFRJ com período sanduíche na Bauhaus-Universität Weimar), pesquisadora de Pós-Doutorado com bolsa FAPERJ/PAPD no PROURB/FAU-UFRJ.

Referências

BADER, I.; BIALLUCH, M. Gentrification and the Creative Class in Berlin-Kreuzberg. In: PORTER, L.; SHAW, K. (Org.). Whose Urban Renaissance? An International Comparison of Urban Regeneration Strategies. Londres: Routledge, 2009. p. 93-102.

BAUMAN, Z. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.

BOURDIEU, P. O Poder Simbólico. 15. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011.

COLOMB, C. Staging the New Berlin: Place Marketing and the Politics of Urban Reinvention Post-1989. Londres; Nova York: Routledge, 2012.

DE CERTEAU, M. A Invenção do Cotidiano. Artes de Fazer. 22. ed. Petrópolis: Vozes, 2014.

EVANS, G. Cultural Planning: An Urban Renaissance? Londres: Routledge, 2001.

FLORIDA, R. Cities and the Creative Class. Nova York; Abingdon: Routledge, 2005.

FLORIDA, R. A Ascensão da Classe Criativa. Porto Alegre: L&PM, 2011.

HARVEY, D. O Enigma do Capital e as Crises do Capitalismo. São Paulo: Boitempo, 2011.

HARVEY, D. Rebel Cities: From the Right to the City to the Urban Revolution. Londres; Nova York: Verso, 2012.

HOLSTON, J. Espaços de Cidadania Insurgente. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Brasília, n. 24, p. 243-253, 1996.

LANDRY, C.; BIANCHINI, F. The Creative City. Londres: Demos, 1995.

LANZ, S. Berlin Diversities. In: BERNT, M.; GRELL, B.; HOLM, A. (Org.). The Berlin Reader: A Compendium on Urban Change and Activism. Berlim: Transcript, 2013. p. 207-222.

LEES, L; SLATER, T.; WYLY, E. Gentrification. Nova York: Routledge, 2008.

RIBEIRO, A. C. T. Oriente Negado: Cultura, Mercado e Lugar. Cadernos PPG-AU, Salvador, v. 2, n. especial, p. 97-107, 2004.

RIBEIRO, A. C. T. A Acumulação Primitiva do Capital Simbólico. In: JEUDY, H. P.; JACQUES, P. B. (Org.). Corpos e Cenários Urbanos. Salvador: EDUFBA, 2006. p. 39-50.

ROSLER, M. Culture Class: Art, Creativity, Urbanism, Part II. e-flux journal, n. 23, Nova York, mar. 2011.

SÁNCHEZ, F. A Reinvenção das Cidades para um Mercado Mundial. 2. ed. Chapecó: Argos, 2010.

SORKIN, M. Introduction: Variations on a Theme Park. In: SORKIN, M. (Ed.). Variations on a Theme Park: The New American City and the End of Public Space. Nova York: Hill and Wang, 1992. p. xi-xv.

STUCKERT, H. Tacheles: ‘To Speak Clearly’. The Drama Review, v. 36, n. 1, p. 169-176, 1992.

THORTON, S. The Social Logic of Subcultural Capital. In: GELDER, K.; THORTON, S. (Ed.). The

Subcultures Reader. Londres; Nova York: 1997.

VAINER, C. Pátria, Empresa e Mercadoria: Notas sobre a Estratégia Discursiva do Planejamento Estratégico Urbano. In: ARANTES, O. B.; VAINER, C.; MARICATO, E. A Cidade do Pensamento Único. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2002. p. 75-104.

VAZ, L. F. A Culturalização do Planejamento e da Cidade. Cadernos PPG-AU, Salvador, v. 2, n. especial, p. 31-42, 2004.

ZUKIN, S. Loft Living: Culture and Capital in Urban Change. Baltimore; Londres: The Johns Hopkins University Press, 1982.

Publicado

2015-12-20

Como Citar

Seldin, C. (2015). Práticas culturais como insurgências urbanas: o caso do Squat Kunsthaus Tacheles em Berlim | Cultural practices as urban insurgencies: the case of the Kunsthaus Tacheles Squat in Berlin. Revista Brasileira De Estudos Urbanos E Regionais, 17(3), 68. https://doi.org/10.22296/2317-1529.2015v17n3p68

Edição

Seção

Artigos | Articles: Cidades e insurgências: novos e velhos conflitos, agências e direitos