Etnografia e mapas mentais: memórias e pertencimento de uma rua em processo de tombamento

Autores

  • Suzana Vielitz de Oliveira Universidade Feevale, Programa de Pós-graduação em Processos e Manifestações Culturais, Novo Hamburgo, RS, Brasil https://orcid.org/0000-0003-1191-0096
  • Claudia Schemes Universidade Feevale, Programa de Pós-graduação em Processos e Manifestações Culturais, Novo Hamburgo, RS, Brasil https://orcid.org/0000-0001-8170-9684
  • Margarete Fagundes Nunes Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Banco de Imagens e Efeitos Visuais, Porto Alegre, RS, Brasil https://orcid.org/0000-0003-2567-7643

DOI:

https://doi.org/10.22296/2317-1529.rbeur.202309

Palavras-chave:

Corredor cultural, Hamburgo Velho, Etnografia de rua, Mapas mentais, Pertencimento, Preservação

Resumo

Etnografia e mapas mentais mostram-se importantes metodologias para apresentar vestígios urbanos e (re)configurações espaciais ou marcas que indicam o pertencimento e a memória de uma rua. Para tanto, utilizamos algumas técnicas ligadas a essas metodologias com um recorte específico que busca apresentar a rua General Osório, na cidade de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, instituída como Corredor Cultural de Hamburgo Velho, assim como os valores a ela associados e seu reconhecimento e interesse em preservar. O artigo relaciona os conceitos de memória, pertencimento, patrimônio individual e coletivo, analisados à luz de teorias relacionadas ao território e a valores culturais, dentre outros conceitos que ajudam a evidenciar como esse lugar referenciado é significativo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Suzana Vielitz de Oliveira, Universidade Feevale, Programa de Pós-graduação em Processos e Manifestações Culturais, Novo Hamburgo, RS, Brasil

Doutora em Processos e Manifestações Culturais pela Universidade Feevale. Mestra em Planejamento Urbano e Regional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos/RS). Docente na Universidade Feevale, no curso de Arquitetura e Urbanismo, com atuação profissional e pesquisa na área do Patrimônio Edificado e Preservação do Patrimônio Cultural.

Claudia Schemes, Universidade Feevale, Programa de Pós-graduação em Processos e Manifestações Culturais, Novo Hamburgo, RS, Brasil

Doutora em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Mestra em História pela Universidade de São Paulo (USP). Graduada em História pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos/RS). Professora e pesquisadora do Programa de Pós-graduação em Processos e Manifestações Culturais na Universidade Feevale (Novo Hamburgo/RS) na linha de pesquisa Memória e Identidade. Editora da revista Prâksis e tutora do Programa de Educação Tutorial (PET/FNDE).

Margarete Fagundes Nunes, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Banco de Imagens e Efeitos Visuais, Porto Alegre, RS, Brasil

Mestra e doutora em Antropologia Social pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Graduada em Ciências Sociais pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos/RS). Realizou estágio de pós-doutorado em Antropologia Urbana na Vrije Universiteit Amsterdam (VU Amsterdam). Pesquisadora associada do Banco de Imagens e Efeitos Visuais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (BIEV/UFRGS).

Referências

AMORIM, L. S. O registro de manifestações culturais tradicionais ou uma aventura pelos novos caminhos das políticas públicas brasileiras. Revista Habitus, Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia, Goiânia, v. 4, n. 1, p. 493-512, 2006.

BRANDI, C. Teoria da restauração. Cotia: Atelier, 2004. p. 54.

CARDOSO DE OLIVEIRA, R. O trabalho do antropólogo: olhar, ouvir, escrever. Revista de Antropologia, São Paulo, USP, v. 39, n. 1, 1996. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/ra/article/view/111579/109656. Acesso em: maio 2021.

CHOAY, F. A alegoria do patrimônio. São Paulo: Estação Liberdade: Unesp, 2006.

CONVENÇÃO do Patrimônio Mundial Cultural e Natural. Paris: Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, 1972. Disponível em: https://whc.unesco.org/archive/convention-pt.pdf. Acesso em: abr. 2019.

FONSECA, C. L. Referências culturais: base para novas políticas de patrimônio. In: Registro do Patrimônio Imaterial. Dossiê final das atividades da Comissão e do Grupo de Trabalho Patrimônio Imaterial. 4. ed. Brasília, DF: Ministério da Cultura: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, 2006. 140p. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/PatImaDiv_ORegistroPatrimonioImaterial_1Edicao_m.pdf. Acesso em: abr. 2019.

GEERTZ, C. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 1989.

GONÇALVES, J. R. S. Ressonância, materialidade e subjetividade, as culturas como patrimônios. Revista Horizontes Antropológicos, PPGAS/UFRGS, v. 11, n. 23, p.15-36, 2005.

HALBWACHS, M. A memória coletiva. São Paulo: Vértice, 1990.

KUSCHNIR, K. Antropologia pelo desenho: experiências visuais e etnográficas. Cadernos de Arte e Antropologia, v. 5 n. 2, p. 5-13, 2016.

LYNCH, K. A imagem da cidade. 3. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011 [1960].

MEIRA, A. L. G. O passado no futuro da cidade: políticas públicas e participação dos cidadãos na preservação do patrimônio cultural de Porto Alegre. Porto Alegre: Ed. da UFRGS, 2004.

NORA, P. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Projeto História, São Paulo, PUC, n. 10, p. 7-28, dez. 1993.

NOVO HAMBURGO. Lei Municipal nº 1.216/2004, de 20 de dezembro de 2004. Institui o Plano Diretor Urbanístico e Ambiental – PDUA do município e dá outras providências. Diário Oficial: Novo Hamburgo, 2004. Disponível em: https://bit.ly/3LkWxKf. Acesso em: ago. 2020.

NOVO HAMBURGO. Lei Complementar nº 2.150/2010, de 7 de junho de 2010. Altera a Lei Municipal nº 1.216/2004, de 20/12/2004, e dá outras providências. Diário Oficial: Novo Hamburgo, 2010. Disponível em: https://bit.ly/3LjXkuV. Acesso em: ago. 2020.

NOVO HAMBURGO. Audiência Pública na Casa das Artes debateu a inclusão do Corredor Cultural no Plano Diretor de Novo Hamburgo, 6 mar. 2020. Disponível em: https://novohamburgo.rs.gov.br/noticia/audiencia-publica-casa-artes-debateu-inclusao-corredor-cultural-plano-diretor-novo-hamburgo. Acesso em: mar. 2020.

NUNES, M. F.; ROCHA, A. L. C. da. Etnografando narrativas étnicas no espaço da cidade: os negros e as ações afirmativas na sociedade brasileira contemporânea. Iluminuras, Porto Alegre, v. 10, n. 23, 2009.

NUNES, M. F.; ROCHA, A. L. C. da; FIGUEIREDO, J. A. S. Memória do trabalho e memória ambiental: as indústrias de curtume do Vale do Rio dos Sinos/RS. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, São Paulo, v. 21, n. 1, jan.-abr. 2019.

OLIVEIRA, S. V. de. Os Planos Diretores e as ações de preservação do patrimônio edificado em Novo Hamburgo. 2009. Dissertação (Mestrado em Planejamento Urbano e Regional) – Programa de Pós-graduação em Planejamento Urbano, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/27781. Acesso em: mar. 2020.

OLIVEIRA, S. V. de. Diário 1: audiência pública. Novo Hamburgo: Casa das Artes, mar. 2020.

ROCHA, A. L. C.; ECKERT, C. Os jogos da memória. Ilha Revista de Antropologia, v. 2, n. 1, p. 71-84, 2000.

ROCHA, A. L. C.; ECKERT, C. Etnografia de rua: estudo de antropologia urbana. Revista Rua, n. 9, p.101-127, 2003. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rua/article/view/8640752/8292. Acesso em: nov. 2020.

ROCHA, A. L. C.; ECKERT, C. A cidade como sede de sentidos. Iluminuras. v. 9, n. 20, p. 1-15, 2008.

ROCHA, A. L. C.; ECKERT, C. Cidade narrada, tempo vivido: estudos de etnografias da duração. Revista Rua, v. 16, n. 1, p. 121-145, 2010.

SIMMEL, G. A tragédia da cultura. São Paulo: Itaú Cultural: Iluminuras, 2020. p. 9-41. Disponível em: https://comissura/itaucultural/docs/a_tragedia_da_cultura_issuu-af_v2. Acesso em: nov. 2021.

TEDESCO, J. C. Conflitos de memória e de identidade no cenário rural: ritualizações e representações de colonos assentados no norte do RS. Estudos Históricos, Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil, FGV, Rio de Janeiro, v. 22, n. 43, p. 105-124, 2009.

TRAJANO FILHO, W. Introdução. In: TRAJANO FILHO, W. (org.). Lugares, pessoas e grupos: as lógicas do pertencimento em perspectiva internacional. Brasília, DF: Athalaia, 2010.

VELHO, G. Observando o familiar. In: NUNES, E. de O. A aventura sociológica. Rio de Janeiro: Zahar, 2012 [1978].

VOGEL, A.; MELLO, M. A. da S.; MOLLICA, O. Quando a rua vira casa. 4. ed. Niterói: Eduff, 2017.

WOORTMANN, E. Identidades e memória entre teuto-brasileiros: os dois lados do Atlântico. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, UFRGS, ano 6, n. 14, p. 205-238, 2000.

Publicado

23-04-2023

Como Citar

Vielitz de Oliveira, S., Schemes, C., & Fagundes Nunes, M. (2023). Etnografia e mapas mentais: memórias e pertencimento de uma rua em processo de tombamento. Revista Brasileira De Estudos Urbanos E Regionais, 25(1). https://doi.org/10.22296/2317-1529.rbeur.202309

Edição

Seção

Artigos - Cidade, História e Cultura