Favelas e Comunidades Urbanas: a nova nomenclatura adotada pelo IBGE e o retrato da diversidade desses territórios

Autores

  • Letícia de Carvalho Giannella Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Diretoria de Geociências, Coordenação de Geografia, Rio de Janeiro, RJ, Brasil https://orcid.org/0000-0002-1105-0121
  • Larissa Souza Catalá Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Diretoria de Geociências, Coordenação de Geografia, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.22296/2317-1529.rbeur.202532

Palavras-chave:

Favelas, Direito à Cidade, Habitação, Participação Social, Estatísticas Públicas

Resumo

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem se dedicado a produzir estatísticas sobre as favelas e comunidades urbanas desde, pelo menos, 1940. A escolha de critérios e nomenclaturas que possam representar adequadamente esses territórios tem sido, desde então, um grande desafio para o Instituto. Compreendendo que os conceitos não são neutros e alinhando-se aos preceitos normativos do direito a cidades sustentáveis e da função social da propriedade urbana, o IBGE promoveu, em janeiro de 2024, a mudança de nomenclatura: de Aglomerados Subnormais para Favelas e Comunidades Urbanas. O texto a seguir discorre sobre esse processo de mudança, situando-o também no escopo da ampliação da identificação de favelas e comunidades urbanas de menor porte e em cidades localizadas fora das Concentrações Urbanas. Além disso, evidencia-se a relação da mudança com o surgimento e a consolidação de novos atores e políticas públicas.

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Biografia do Autor

Letícia de Carvalho Giannella, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Diretoria de Geociências, Coordenação de Geografia, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Bacharel em Oceanografia (2006) pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), mestre em Geografia (2009) pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e doutora em Geografia (2015) pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com estágio de pesquisa na Universitat de Barcelona (UB). Pesquisadora em Informações Geográficas e Estatísticas na Coordenação de Geografia da Diretoria de Geociências do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Atualmente, é responsável pela Gerência de Favelas e Comunidades Urbanas, que tem como atribuições a produção e a análise de informações sobre as favelas e comunidades urbanas do Brasil. É docente da pós-graduação stricto sensu da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Ence), vinculada ao IBGE.

Larissa Souza Catalá, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Diretoria de Geociências, Coordenação de Geografia, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Bacharel em Estatística (2007) pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), especialista em Pesquisa de Mercado Aplicada em Comunicações (2011) pela Universidade de São Paulo (USP) e mestra em Demografia (2020) pela Unicamp. Tecnologista em Informações Geográficas e Estatísticas na Coordenação de Geografia da Diretoria de Geociências do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Atualmente, é responsável pelo Setor de Suporte a Favelas e Comunidades Urbanas, que tem como atribuição o apoio à Gerência de Favelas e Comunidades Urbanas na produção e análise de informações sobre as favelas e comunidades urbanas do Brasil.

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Publicado

16-05-2025

Como Citar

Giannella, L. de C., & Catalá, L. S. (2025). Favelas e Comunidades Urbanas: a nova nomenclatura adotada pelo IBGE e o retrato da diversidade desses territórios. Revista Brasileira De Estudos Urbanos E Regionais, 27(1). https://doi.org/10.22296/2317-1529.rbeur.202532

Edição

Seção

Dossiê: A ‘poli-periferia’ e o ‘giro periférico’ nos estudos urbanos

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