Concentração espacial da produção e desigualdades sociais
DOI:
https://doi.org/10.22296/2317-1529.rbeur.202004Palavras-chave:
desigualdade regional, desigualdade econômica, desigualdade social, concentração espacial produtiva, desenvolvimento econômicoResumo
O objeto de análise deste artigo é a relação entre concentração espacial da produção e desigualdade social no Brasil, fenômeno multidimensional que antecede o trabalho assalariado, mas que recebe maior atenção no avanço do processo de urbanização. A hipótese aqui defendida é de que, se dotados de infraestrutura logística e educacional em condições semelhantes às do centro dinâmico da economia nacional, os estados periféricos apresentariam densidade econômica e capacidade de arrecadação fiscal semelhantes à dos estados mais ricos, com impactos sobre renda per capita, IDHM e outros indicadores socioeconômicos. Em 2014, os estados das regiões Sul e Sudeste concentravam mais de 71,35% do Produto Interno Bruto (PIB), acomodando 56,29% da população, enquanto o Nordeste, com participação de 13,93% no PIB, acomodava 27,69% da população. A análise setorial de renda e faturamento bruto das empresas revela o abismo entre Norte/Nordeste e Sul/Sudeste, assegurando a manutenção das desigualdades sociais entre os dois blocos.
Downloads
Referências
ARAÚJO, T. B. Ensaios sobre o desenvolvimento brasileiro: heranças e urgências. Rio de Janeiro: Revan; Fase, 2000.
BRANDÃO, C. A. A dimensão espacial do subdesenvolvimento. Campinas: Centro de Documentação, Unicamp/IE, 2014.
BRASIL. IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Metodologia das Estatísticas de Empresas, Cadastros e Classificações, Cadastro Central de Empresas. Brasília: 2014.
BRASIL. IBGE. Pesquisa Industrial Anual. Brasília: 2013.
BRASIL. Ministério da Fazenda. Receita Federal. Carga tributária no Brasil 2014: análise por tributos e bases de incidência. Brasília: Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros (Cetad), 2015.
BRASIL. Pesquisa Anual da Indústria da Construção/IBGE. Vol. 25. Rio de Janeiro: IBGE, 2015.
BRASIL. Pesquisa Anual da Indústria da Construção/IBGE. Vol. 12. Rio de Janeiro: IBGE, 2002.
BRASIL. Pesquisa Anual de Comércio/IBGE. Vol. 26. Rio de Janeiro: IBGE, 2014.
BRASIL. Pesquisa Anual de Serviços/IBGE. Vol. 4. Rio de Janeiro: IBGE, 2002.
BRASIL. Pesquisa Anual de Serviços/IBGE. Vol. 16. Rio de Janeiro: IBGE, 2014.
BRASIL. Pesquisa Industrial Anual – Empresa/IBGE. Vol. 34. Rio de Janeiro: IBGE, 2015.
BRASIL. Tesouro Nacional. Gasto social do governo central 2002 a 2015. Distrito Federal: 2016.
CAMPOLINA DINIZ, C. A dinâmica regional recente da economia brasileira e suas perspectivas. Texto para discussão n. 375. Distrito Federal: Ipea, Jun. 1995.
CAMPOLINA DINIZ, C. Desenvolvimento regional no Brasil: nem desconcentração, nem contínua polarização. Revista Nova Economia, vol. 3, n. 1. Belo Horizonte, set. 1993.
CANO, W. Desequilíbrios regionais e concentração industrial no Brasil 1930-1970. 3. ed. São Paulo: Editora Unesp, 2007a.
CANO, W. Raízes da concentração industrial em São Paulo. 5ª ed. Campinas (SP): IE, 2007b.
CANO, W. Reflexões sobre o papel do capital mercantil na questão regional e urbana do Brasil. Texto para discussão n. 177. Campinas: IE/Unicamp, maio 2010.
FURTADO, C. Brasil: a construção interrompida. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
FURTADO, C. Formação econômica do Brasil. 34. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
GUIMARÃES NETO, L. Desigualdade e políticas regionais no Brasil: caminhos e descaminhos. Planejamento e Políticas Públicas, n. 15, jun. 1997. Brasília: Ipea, 1997.
LOPREATO, F. L. C. Federalismo e finanças estaduais: algumas reflexões. Texto para discussão n. 98. Campinas: IE/Unicamp, 2000.
LOPREATO, F. L. C. O colapso das finanças estaduais e a crise da federação. São Paulo: Editora Unesp; IE/Unicamp, 2002.
MONTEIRO NETO, A. Desenvolvimento regional em crise: políticas econômicas liberais e restrições à intervenção estatal no Brasil dos anos 90. Tese de doutorado. Universidade Estadual de Campinas (SP)/IE, 2005.
MONTEIRO NETO, A; CASTRO, C. N.; BRANDÃO, C. A. Desenvolvimento regional brasileiro: dilemas e perspectivas neste início de século XXI. In: MONTEIRO NETO et al. (Org.). Desenvolvimento regional no Brasil: políticas, estratégias e perspectivas. Rio de Janeiro: Ipea, 2017. P. 429-69.
PACHECO, C. A. A questão regional brasileira pós-1980: desconcentração econômica e fragmentação da economia nacional. Tese de doutorado. Universidade Estadual de Campinas (SP)/IE, 1996.
PIKETTY, T. A economia da desigualdade. Trad. André Telles. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2015.
PIKETTY, T. O capital no século XXI. Trad. André Telles. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2014.
POCHMANN, M. Estado e capitalismo no Brasil: a inflexão atual no padrão das políticas públicas do ciclo político da nova república. Educ. Soc., Campinas, vol. 38, n. 139, 2017.
POCHMANN, M. Brasil sem industrialização: a herança renunciada. Ponta Grossa: Editora da UEPG, 2016.
POCHMANN, M. Desigualdade econômica no Brasil. São Paulo: Ideias e Letras, 2015.
POCHMANN, M. et al. (Org.). Atlas de exclusão social no Brasil: dinâmica da exclusão social na primeira década do século XXI. São Paulo: Cortez, 2015.
POCHMANN, M. A vez dos intocáveis no Brasil. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2014.
POCHMANN, M. (Org.). Políticas de inclusão social: resultados e avaliação. São Paulo: Cortez, 2004.
SILVA, L. C. Desigualdades sociais no Brasil: fios condutores, enfrentamentos no período 2003 a 2014 e resultados alcançados. Tese de doutorado. Universidade de Campinas (SP)/IE, 2018.
VARSANO, R. A evolução do sistema tributário brasileiro ao longo do século: anotações e reflexões para futuras reformas. Texto para discussão n. 405. Rio de Janeiro: Ipea, 1996.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2019 Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores/as que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores/as que publicam na RBEUR mantêm os direitos sobre a sua obra e concedem à revista o direito de primeira publicação, realizada sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho e assevera o reconhecimento da autoria e do veículo de publicação original, a RBEUR.
2. Autores/as têm liberdade para publicação e distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), reafirmando a autoria e o reconhecimento do veículo de publicação original, a RBEUR.