As casas de Ceilândia

Autores

  • Elane Peixoto Universidade de Brasília, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Brasília, DF, Brasil https://orcid.org/0000-0001-9998-3438
  • Alana Silva Waldvogel Universidade de Brasília, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Brasília, DF, Brasil
  • Adriana Mara Vaz de Oliveira Universidade Federal de Goiás, Faculdade de Artes Visuais, Goiânia, GO, Brasil https://orcid.org/0000-0002-4014-0003

DOI:

https://doi.org/10.22296/2317-1529.rbeur.202104pt

Palavras-chave:

Casa Ceilandense, Ceilândia, Cidade-satélite, Brasília (DF), História Urbana

Resumo

Este artigo dedica-se ao morar em Ceilândia, a cidade-satélite com maior população do Distrito Federal. Ele remete à sua criação em 1970, com a transferência de 80 mil pessoas, vindas da Vila do IAPI. Essa transferência previa a construção de casas provisórias utilizando o material das casas desmontadas da vila referida e que, com o passar do tempo, seriam substituídas por casas de alvenaria. Passados cinquenta anos de sua criação, Ceilândia pouco remete ao seu início: não se limitou ao traçado original, novos bairros se somaram e suas primeiras moradias foram substituídas e alteradas, para permitir o ajuste às demandas das famílias. A pesquisa entende o morar em duas dimensões complementares: a cidade e a casa, por isso se dedica à história da cidade e, em seguida, às moradias de seus habitantes. Para abordar esses dois aspectos, foi entrevistado o urbanista responsável pelo projeto de Ceilândia, além de analisadas as narrativas de pioneiros disponíveis no Arquivo Público do Distrito Federal, bem como os depoimentos e desenhos de estudantes do Ensino Fundamental, coletados especialmente com o fito de esboçar um quadro do morar em Ceilândia.

 

 

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Biografia do Autor

Elane Peixoto, Universidade de Brasília, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Brasília, DF, Brasil

Arquiteta e urbanista, mestre e doutora pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), com estágio na Maison des Sciences de l’Homme, Paris, França. Professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB) e de seu Programa de Pós-graduação, atuando nas linhas de pesquisa da História e Teoria da Cidade, assim como da História e Teoria da Arquitetura e Patrimônio e Preservação. Em 2015, foi professora visitante na Università Iuav di Venezia.

Alana Silva Waldvogel, Universidade de Brasília, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Brasília, DF, Brasil

Arquiteta graduada pela Universidade de Brasília (UnB), onde atualmente realiza mestrado em Teoria e História do Urbanismo. Desde 2016 tem como foco de pesquisa a cidade de Ceilândia, sua formação e morfologia urbana. Atuou como pesquisadora bolsista pela CNPq e pela FAP-DF, além de ter trabalhado no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan-DF) durante a graduação.

Adriana Mara Vaz de Oliveira , Universidade Federal de Goiás, Faculdade de Artes Visuais, Goiânia, GO, Brasil

Arquiteta e urbanista, mestre e doutora em História, respectivamente pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Professora do curso de Arquitetura e Urbanismo e do Programa de Pós-graduação Projeto e Cidade da Faculdade de Artes Visuais da UFG, atuando na linha de pesquisa História e Teoria da Arquitetura e da Cidade.

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Publicado

2021-03-17 — Atualizado em 2021-05-03

Versões

Como Citar

Peixoto, E., Waldvogel, A. S., & Oliveira , A. M. V. de. (2021). As casas de Ceilândia. Revista Brasileira De Estudos Urbanos E Regionais, 23. https://doi.org/10.22296/2317-1529.rbeur.202104pt (Original work published 17º de março de 2021)

Edição

Seção

Artigos - Cidade, História e Cultura