Hic et nunc: qual concepção de desenvolvimento quando se trata de desenvolvimento regional?
DOI:
https://doi.org/10.22296/2317-1529.rbeur.202224ptPalavras-chave:
Autodeterminação Social, Brasil, Capital, Desenvolvimento, Desenvolvimento Regional, EstadoResumo
Neste artigo, intenta-se avaliar os significados da noção de desenvolvimento que vêm informando as análises sobre “desenvolvimento regional” no Brasil, considerando o âmbito de atuação dos programas de pós-graduação vinculados a esse campo de conhecimento. Em termos metodológicos, recuperam-se as raízes da noção de desenvolvimento, examinam-se alguns significados que ela assumiu ao longo de sua trajetória e revisam-se algumas críticas à concepção de desenvolvimento, aí se chamando à superfície algumas alternativas. A conclusão é de que a noção de desenvolvimento tem sido incapaz de conduzir à superação do real existente. Daí postular-se uma proposição que transcenda (empírica, teórica e politicamente) o protagonismo do capital e do Estado e contemple uma transformação social desde baixo, fundada no impulso para a autodeterminação social.
Downloads
Referências
AGARWALA, A. N.; SINGH, S. P. The economics of underdevelopment. New York: Oxford University Press, 1958.
ANWEILER, O. The soviets: the Russian workers, peasants, and soldiers councils, 1905-1921. Tradução: R. Hein. New York: Pantheon Books, 1974.
BERMAN, M. Tudo que é sólido desmancha no ar: a aventura da modernidade. Tradução: C. F. Moisés; A. M. L. Ioriatti. São Paulo: Cia. das Letras, 1986.
BIROU, A.; HENRY, P.-M. (org.). Um outro desenvolvimento. Tradução: M. S. Gonçalves. São Paulo: Vértice, 1987.
BLOCH, E. Thomas Münzer: teólogo da revolução. Tradução: V. Chacon; C. A. Galeão. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1973.
BLOCH, E. O princípio esperança. Tradução: N. Schneider. Rio de Janeiro: Contraponto; Ed. da Uerj, 2006, v. 3.
CMMAD. Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Nosso futuro comum. Rio de Janeiro: FGV, 1988.
DINERSTEIN, A. C. The politics of autonomy: the art of organising hope. Hampshire: Palgrave Macmillan, 2015.
DINERSTEIN, A. C. Organizando la esperanza: utopías concretas pluriversales contra y más allá de la forma valor. Educação e Sociedade, v. 37, n. 135, p. 351-369, 2016.
EKINS, P. (org.). The living economy: a new economics in the making. London: Routledge, 1986.
ESCOBAR, A. Encountering development: the making and unmaking of the Third World. Princeton: Princeton University Press. 1995.
ESTEVA, G. Development. In: SACHS, W. (org.). The development dictionary: a guide to knowledge as power. 2nd ed. London: Zed Books, 2010. p. 1-23.
FAGEN, R. R. Theories of development: the question of class struggle. Monthly Review, v. 35, n. 4, p. 13-24, 1983.
FRANK, A. G. Acumulação dependente e subdesenvolvimento: repensando a teoria da dependência. Tradução: C. A. Marcondes. São Paulo: Brasiliense, 1980.
FURTADO, C. Desenvolvimento e subdesenvolvimento. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1961.
FURTADO, C. O mito do desenvolvimento econômico. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1974.
FURTADO, C. Criatividade e dependência na civilização industrial. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.
GEORGE, G. Social alternatives and the state: some lessons of the Spanish Revolution. Social Alternatives, v. 2, n. 3, p. 30-44, 1982.
GEORGESCU-ROEGEN, N. The entropy law and the economic process. Cambridge/Mass.: Harvard University Press, 1971.
GEORGESCU-ROEGEN, N. Demain la décroissance: entropie, écologie, économie. Lausanne: Pierre Marcel Favre, 1979.
GUTIÉRREZ AGUILAR, R. Sobre la autorregulación social: imágines, posibilidades y límites. In: ADAMOVISKY, E. et al. Pensar las autonomías. Santiago de Chile: Bajo Tierra; Quimantú, 2012. p. 345-370.
HARVEY, D. Espaços de esperança. Tradução: A. U. Sobral; M. S. Gonçalves. São Paulo: Loyola, 2004.
HIRSCHMANN, A. O. As paixões e os interesses: argumentos políticos a favor do capitalismo antes de seu triunfo. Tradução: L. Campello. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
HOLLOWAY, J. Del grito de rechazo al grito de poder: la centralidad del trabajo. In: BONNET, A.; HOLLOWAY, J.; TISCHLER, S. (org.). Marxismo abierto: una visión europea y latinoamericana. Buenos Aires: Herramienta, 2005. v. 1, p. 7-40.
HOLLOWAY, J. Contra y más allá del capital: reflexiones a partir del debate sobre el libro “cambiar el mundo sin tomar el poder”. Buenos Aires: Herramienta; Puebla: Universidad Autónoma de Puebla, 2006.
KALECKI, M. Economias em desenvolvimento. Tradução: A. U. Sobral. São Paulo: Vértice, 1988.
KALLIS, G.; KERSCHNER, C.; MARTINEZ-ALIER, J. The economics of degrowth. Ecological Economics, v. 84, p. 172-180, 2012.
KAY, G. Desenvolvimento e subdesenvolvimento: uma análise marxista. Tradução: A. Veiga Fialho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1977.
KEYNES, J. M. A teoria geral do emprego, do juro e da moeda. Tradução: M. R. Cruz. São Paulo: Abril Cultural, 1983. Série: Os Economistas.
LATOUCHE, S. Petit traité de la decroissance sereine. Paris: Mille et une nuits, 2007.
LÊNIN, V. I. O desenvolvimento do capitalismo na Rússia. Tradução: José Paulo Netto. São Paulo: Abril Cultural, 1982. Série: Os Economistas.
LIPIETZ, A. Towards a new economic order: postfordism, ecology and democracy. Tradução: M. Slater. Oxford: Oxford University Press, 1992.
LUXEMBURGO, R. A acumulação do capital: contribuição ao estudo econômico do imperialismo. Tradução: M. V. Lisboa; O. E. W. Maas. São Paulo: Abril Cultural, 1984. 2v.: Os Economistas.
MARINI, R. M. Subdesarrollo y revolución. México, DF: Siglo XXI, 1969.
MARSHALL, A. Princípios de economia. Tradução: R. Almeida; O. Strauch. São Paulo: Abril Cultural, 1982. v. 1: Os Economistas.
MARX, K. Das Kapital: Kritik der politischen Ökonomie (= MEW, Band 23). Berlin: Dietz Verlag, [1890] 1993.
MARX, K. A guerra civil na França. Tradução: R. Enderle. São Paulo: Boitempo, 2011.
MEADOWS, D. H. et al. Limites do crescimento. Tradução: I. M. F. Litto. 2 ed. São Paulo: Perspectiva, 1978.
MILL, J. S. Princípios de economia política: com algumas de suas aplicações à filosofia social. Tradução: L. J. Baraúna. São Paulo: Abril Cultural, 1983. Série: Os Economistas.
OHMAE, K. The end of the nation state: the rise of regional economies. New York: Free Press, 1995.
PEET, R.; WATTS, M. Liberation ecology: development, sustainability, and environment in an age of market triumphalism. In: PEET, R.; WATTS, M. (org.). Liberation ecologies: environment, development, social movements. London: Routledge, 1996, p. 1-45.
RAHNEMA, M.; BAWTREE, V. (org.). The post-development reader. London: Zed Books, 1997.
RAPP, F. Fortschritt: Entwicklung und Sinngehalt einer philosophischen Idee. Darmstadt: Wissenschaftliche Buchgesellschaft, 1992.
REDCLIFT, M. Sustainable development: exploring the contradictions. London: Routledge, 1995.
ROSTOW, W. W. The stages of economic growth: a non-communist manifesto. Cambridge: Cambridge University Press, 1960.
SACHS, I. Stratéowngies de l’écodéveloppment. Paris: Éd. Economie et Humanisme; Éd. Ouvrières, 1980.
SACHS, I. Ecodesenvolvimento: crescer sem destruir. Tradução: E. Araújo. São Paulo: Vértice, 1986.
SACHS, W. Zur Archäologie der Entiwcklungsidee: acht Essays. Frankfurt a. M.: Verlag für Interkulturelle Kommunikation, 1992.
SACHS, W. Fair wealth: pathways into post-development. In: PALOSUO, E. (org.). Rethinking development in a carbon-constrained world: development cooperation and climate change. Helsinki: Ministry for Foreign Affairs of Finland, 2009. p. 196-206.
SANYAL, K. Rethinking capitalist development: primitive accumulation, governmentality and post-colonial capitalism. London: Routledge, 2007.
SBERT, J. M. Progress. In: SACHS, W. (org.). The development dictionary: a guide to knowledge as power. 2nd ed. London: Zed Books, 2010. p. 212-227.
SCHUMACHER, E. F. Small is beautiful: a study of economics as if people mattered. London: Blond & Briggs, 1973.
SHIVA, V. Staying alive: women, ecology and development. London: Zed Books, 1989.
SMITH, A. A riqueza das nações: investigação sobre sua natureza e suas causas. Tradução: L. J. Baraúna. São Paulo: Abril Cultural, 1983. Série: Os Economistas.
THEIS, I. M. Do desenvolvimento desigual e combinado ao desenvolvimento geográfico desigual. Novos Cadernos NAEA, v. 12, n. 2, p. 241-252, 2009.
THEIS, I. M. A atualidade da utopia na perspectiva de Ernst Bloch. PRACS, v. 12, n. 3, p. 7-31, 2019a. Availabe at: https://periodicos.unifap.br/index.php/pracs/article/view/5017/ivov12n3.pdf. Viewed on: March 9, 2020.
THEIS, I. M. O que é desenvolvimento regional? Uma aproximação a partir da realidade brasileira. Redes, v. 24, n. 3, p. 334-360, 2019b. Available at: https://online.unisc.br/seer/index.php/redes/article/view/13670/pdf. Viewed on: October 11, 2019.
WOLFE, M. Desenvolvimento: para que e para quem? Tradução: J. Maia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976.
ZEA, L. Do colonialismo ao desenvolvimento dos povos pela universalização dos valores ocidentais. In: BIROU, A.; HENRY, P.-M. (org.). Um outro desenvolvimento. Tradução: M. S. Gonçalves. São Paulo: Vértice, 1987. p. 274-283.
ZIAI, A. The ambivalence of post-development: between reactionary populism and radical democracy. Third World Quarterly, 25 (6), p. 1045-1060, 2004.
ZIAI, A. (org.). Exploring post-development: theory and practice, problems and perspectives. London: Routledge, 2007.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores/as que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores/as que publicam na RBEUR mantêm os direitos sobre a sua obra e concedem à revista o direito de primeira publicação, realizada sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho e assevera o reconhecimento da autoria e do veículo de publicação original, a RBEUR.
2. Autores/as têm liberdade para publicação e distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), reafirmando a autoria e o reconhecimento do veículo de publicação original, a RBEUR.