Arquitetura sociológica

Autores

  • Frederico de Holanda Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Brasília, Brasília, Distrito Federal

DOI:

https://doi.org/10.22296/2317-1529.2007v9n1p115

Palavras-chave:

relações arquitetura/sociedade, arquitetura como ciência humana, arquitetura sociológica.

Resumo

A arquitetura é mais comumente considerada como ofício, arte ou técnica. O texto a considera também como ciência que aborda os lugares sob um olhar específico, não afeito a outras disciplinas. Examinam-se modalidades de conhecimento e sugere-se que houve uma mudança paradigmática no campo, nas últimas décadas. A mudança resgata o pensamento teórico-reflexivo. O fortalecimento da arquitetura como disciplina científica não anula; pelo contrário, fortalece a interdisciplinaridade no trato das questões relativas aos lugares produzidos ou usufruídos pelas pessoas: enfatizam-se contribuições de autores oriundos de outros campos disciplinares, que olham os lugares do ponto de vista morfológico. Explora-se a arquitetura como variável independente: uma vez pronta, afeta as pessoas em vários aspectos, entre eles os sociológicos, resumíveis nas seguintes perguntas: a configuração da forma-espaço (vazios, cheios e suas relações) implica maneiras desejáveis de indivíduos e grupos (classes sociais, gênero, gerações etc.) localizarem-se nos lugares e de moverem-se por eles, e conseqüentemente condições desejadas para encontros e esquivanças interpessoais e para visibilidade do outro? O tipo, quantidade e localização relativa das atividades implicam desejáveis padrões de utilização dos lugares, no espaço e no tempo?

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Frederico de Holanda, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Brasília, Brasília, Distrito Federal

Referências

AMORIM, L. “Arquitetura”. InROSEMBERG, A. (Org.)Pernambuco: 5 Décadas de Arte. Recife: Quadro Publicidade e Design Ltda., 2003.

AMORIM, L. “A ficção da função”. Anais do 4° SEDUR – Seminário sobre desenho urbano no Brasil. Brasília: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Brasília, Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Governo do Distrito Federal, 1995.

AMORIM, L. (Ed.) On Streets. Cambridge: MIT Press, 1978.

CASTEX, J et al. Formes urbaines: de l’ilôt à la barre. Paris: Dunod, 1977. Congress for the New Urbanism. Charter of New Urbanism. 2001 (http://www.cnu.org/ cnu_reports/Charter.pdf (acessado 24.11.2006))

COSTA, L. “Arquitetura”, Biblioteca de Educação e Cultura, MEC/Fename, Bloch, n. 4, Rio de Janeiro, p. 7, 1980; Apud GOROVITZ, M. Brasília, uma questão de escala. São Paulo: Projeto, 1985.

COSTA, L. Lúcio Costa: registro de uma vivência. Empresa das Artes, São Paulo, 1995.

COUTINHO, E. O espaço da arquitetura. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 1970.

DURKHEIM, E. The Division of Labour in Society. New York: The Free Press, 1964.

ELLIN, N. Postmodern urbanism. New York: Princeton Architectural Press, 1999

FRANÇA, F. C. Meu quarto, meu mundo: configuração espacial e modo de vida em casas de Brasília. Dissertação de Mestrado, Programa de Pesquisa e Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, UnB. Brasília: s.n., 2001.

GIDDENS, A. The class structure of the advanced societies. London: Hutchinson of London, 1973.

GOROVITZ, M. Brasília, uma questão de escala. São Paulo: Projeto, 1985.

GOROVITZ, M. Os riscos do projeto – contribuição à análise do juízo estético na arquitetura. São Paulo/Brasília: Edunb/Studio Nobel, 1993.

HILLIER, B. Space is the machine. Cambridge: Cambridge University Press, 1996.

HILLIER, B.; HANSON, J. The Social Logic of Space. Cambridge: Cambridge University Press, 1984.

HILLIER, B.; LEAMAN, A. “A new approach to architectural research”. RIBAJ, Dec. 1972, p.517-21.

HILLIER, B. “Architecture as a discipline”. JAR 5/1, March 1976, p.28-32.

HILLIER, B. “How is design possible?”. JAR 3/1, Jan. 1974, p.4-11. HOLANDA, F. Afetos da arquitetura. Brasília: s.n., s.d.

HILLIER, B. “Brasília: ciudad moderna, ciudad eterna”. In: VILLAESCUSA, E. R., FIGUEIRA, C. V. Brasília 1956-2006 – de la fundación de una ciudad capital, al capital de la ciudad. Barcelona: Editorial Milenio, 2006, pp. 127-173.

HILLIER, B. (Org.) Arquitetura & Urbanidade. São Paulo: ProEditores Associados Ltda, 2003.

HOLANDA, F. O espaço de exceção. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2002.

HOLANDA, F.; KOHLSDORF, G. “Sobre o Conceito de Arquitetura”. Anais do Seminário Nacional – O Estudo da História na Formação do Arquiteto, FAUSP/FAPESP, 1995, p.196-203.

HOLSTON, J. A cidade modernista – Uma crítica de Brasília e sua utopia. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

KOHLSDORF, M. E. AApreensão da Forma da Cidade.Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1996.

KRUFT, H.-W. A history of architectural theory from Vitruvius to the present. New York: Princeton Architectural Press, 1994.

KUHN, T. S. Estrutura das revoluções cientificas. São Paulo: Perspectiva, 2003.

LÉVI-STRAUSS, C. Structural anthropology. Penguin Books, 1977.

LYNCH, K. A imagem da cidade. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

MASCARÓ, J. L. O Custo das Decisões Arquitetônicas. São Paulo: Nobel, 1985.

MITCHELL, W. J. E-topia. Cambridge: The MIT Press, 2000.

NEUFERT, E.; NEUFERT, P. Arte de projetar em arquitetura. Barcelona: Gustavo Gili, 2004.

NORBERG-SCHULZ, C. Genius Loci – Paesaggio, Ambiente, Architettura. Electa Editrice, Milano, 1979.

ORNSTEIN, S. Avaliação Pós-Ocupação do Ambiente Construído. São Paulo: Studio Nobel, 1997.

POPPER, K. Conjectures and refutations – the growth of scientific knowledge. London: Routledge and Kegan Paul, 1963.

PRINZ, D. Urbanismo I. Projecto Urbano. Lisboa: Editorial Presença, 1980.

REIS FILHO, N. G. Contribuição ao Estudo da Evolução Urbana no Brasil (1500-1720). São Paulo: Livraria Pioneira Editora/Editora da Universidade de São Paulo, 1968

ROMERO, M. A. B. Princípios bio-climáticos para o desenho urbano. São Paulo: Projeto Editores, 1988.

RYKWERT, J. The seduction of place – The city in the twenty-first century. London: Weidenfeld & Nicolson, 2000.

SANTOS, C. N. F.; VOGEL, A. Quando a rua vira casa – a apropriação de espaços de uso coletivo em um centro de bairro. São Paulo: Projeto Editores, 1985.

SCULLY, V. Pueblo / Mountain, Village, Dance. The University of Chicago Press, Chicago and London, 1989.

SEAMON, D. “Phenomenology, place, environment, and architecture: a review of the literature”. Environmental & Architectural. Phenomenology Newsletter, 2000.

SILVA, E. Arquitetura e Semiologia. Porto Alegre: Ed. Sulina, 1985.

SITTE, C. A construção das cidades segundo seus princípios artísticos. Organização e apresentação de Carlos Roberto Monteiro de Andrade. Tradução de Ricardo Ferreira Henrique. São Paulo: Editora Ática, 1992.

TURKIENICZ, B.; MALTA, M. (Org.) Desenho urbano – Anais do II SEDUR, CNPq/ Finep/Pini, 1986.

ZEIN, R. V. O lugar da crítica – ensaios oportunos de arquitetura. Porto Alegre: Faculdades Integradas do Instituto Ritter dos Reis, 2001.

ZEVI, B. Saber ver la arquitectura – ensayo sobre la interpretación espacial de la arquitectura. Buenos Aires: Editorial Poseidon, 1951.

Conselho Europeu de Urbanistas. A Nova Carta de Atenas 2003. Disponivel em : http://www.dgotdu.pt/atenas.html . Acesso em 11/05/2004.

The Prince of Wales Prince Charles. A vision of Britain. London: Doubleday, 1989.

WILLIAMS, R. The anxious city – English urbanism in the late twentieth century. London & New York: Routledge, 2004.

Publicado

31-05-2007

Como Citar

Holanda, F. de. (2007). Arquitetura sociológica. Revista Brasileira De Estudos Urbanos E Regionais, 9(1), 115. https://doi.org/10.22296/2317-1529.2007v9n1p115

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)