Espacializando o desenvolvimentismo – imaginário, escalas e regulação

Autores

  • Marcos Barcellos de Souza Instituto de Economia da UNICAMP, São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.22296/2317-1529.2012v14n2p35

Palavras-chave:

Estado, desenvolvimentismo, nacionalismo metodológico, reescalonamento, abordagem da regulação, hegemonia.

Resumo

O recente debate sobre um possível retorno do “Desenvolvimentismo” ao Brasil traz à tona diversas questões que têm sido acompanhadas de polêmicos debates, sobretudo no campo da macroeconomia e das políticas sociais. Acreditamos tratar-se de excelente oportunidade para se (re)pensar as bases espaciais do desenvolvimentismo, pois estas fornecerão subsídios fundamentais para entender as opções e estratégias em tela. O presente artigo visa apontar algumas lacunas na construção do imaginário espacial desenvolvimentista e sugerir elementos metodológicos e conceituais para a compreensão dos processos espaciais na vigência de um “novo” desenvolvimentismo. Neste sentido, defendemos uma preocupação com o reescalonamento espacial do Estado e propomos a articulação da Abordagem da Regulação com uma interpretação de inspiração neo-gramsciana. Para ilustrar este argumento, aplicamos estes conceitos numa releitura da “questão regional” no Brasil.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ARROYO, M. “Território, mercado e Estado: uma convergência histórica”. GEOgraphia, Ano. 6, N 12, 2004.

BERCOVICI, G. Desigualdades Regionais, Estado e Constituição. São Paulo: Editora Max Limonad, 2003.

BIELSCHOWSKI, R. Pensamento Econômico Brasileiro: o ciclo ideológico do desenvolvimentismo. 5a ed. Rio de Janeiro: contraponto Editora, 2000.

BRANDÃO, C. A. Território e Desenvolvimento: as múltiplas escalas entre o local e o global. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2007.

BRENNER, N. New State Spaces: urban governance and the rescaling of statehood. Oxford: Oxford University Press, 2004. 351p.

BRENNER, N. “Restructuring, rescaling, and the urban question”. Critical Planning, Summer 2009a.

BRENNER, N. “Open questions on state rescaling”. Cambridge Journal of Regions, Economy and Society, pp.123–139, 2009b.

BRENNER, N; PECK, J.; THEODORE, N., 2010. Variegated neoliberalization: geographies, modalities, pathways. Global Networks 10(2): p. 1-41, 2010.

BRESSER PEREIRA, L. C. “Do Iseb e da Cepal à teoria da dependência”. In: TOLEDO, C.N (Org). Intelectuais e Política no Brasil: A Experiência do ISEB. São Paulo: Editora Revan, 2005. p.201-232.

BRESSER PEREIRA, L. C. Estado e Subdesenvolvimento Industrializado. São Paulo: Editora Brasiliense, 1977.

CARDOSO, F. H. O Modelo Político Brasileiro e Outros Ensaios. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1993.

CLARK, G. L. “Real” regulation: the administrative state. Environment and Planning A, v.24, 1992.

COLLINGE, C. “Spatial articulation of the state: reworking social relations and social regulation theory”. Centre for Urban and Regional Studies, University of Birmingham. Mimeo, 1998.

COLLINGE, C. “Self-organisation of society by scale: a spatial reworking of regulation theory”. Environment and Planning D: Society and Space 1999, volume 17, p. 557-574.

CONCEIÇÃO, O. “Da crise do escravismo à crise do fordismo periférico no Brasil: uma proposta de periodização sob a ótica regulacionista”. In: FARIA, L. A. E; CONCEIÇÃO,

O. A. C; BELLO, T. S. Desvendando a Espuma: Reflexões Sobre a Crise, Regulação e Capitalismo Brasileiro. Série 15 anos FEE. Vol 15 – Porto Alegre, RS, 1989.

DOUCETTE, J. “The Perils of Capitalist Nostalgia: Neoliberalism and the Postdevelopmental State”. Institute for the Study of Democracy and Social Movements Discussion Paper. Sungkonghoe University, Seoul, p.1-24, 2007.

DRAIBE, S. “O Welfare State no Brasil: características e perspectivas”. Caderno de Pesquisa n8, NEPP/UNICAMP, 1993.

EGLER, C. Crise e Questão Regional no Brasil. Tese de Doutorado. Campinas. IE-Unicamp, 1993.

FIORI, J.L. Em busca do dissenso perdido: ensaios críticos sobre a festejada crise do Estado. Rio de Janeiro: Insight, 1995.

GONZÁLEZ, S. “La geografía escalar del capitalismo actual”. Geo Crítica / Scripta Nova. Revista electrónica de geografía y ciencias sociales, vol. IX, núm. 189

JESSOP, B. “Accumulation strategies, state forms and hegemonic projects”. Kapitalistate, 10, p. 89-112, 1983.

JESSOP, B.; SUM, N-L. Beyond the regulation approach: putting capitalist economies in their place. Cheltenham: Edward Elgar, 2006. 479p.

JESSOP, B. State Power. Cambridge: Polity Press, 2008.

JESSOP, B. “Avoiding traps, rescaling states, governing Europe”. KEIL, R. (Editor);

MAHON, R (Editor). Leviathan Undone?: Towards a Political Economy of Scale. Vancouver, BC, CAN: UBC Press, 2009.

JONES, M. “Spatial selectivity of the state? The regulationist enigma and local struggles over economic governance”. Environment and Planning A, volume 29, p. 831-864, 1997.

LESSA, C. “Nação e nacionalismo a partir da experiência brasileira”. Estudos Avançados, 22(62), 2008.

MANSFIELD, B. “Beyond rescaling: reintegrating the ‘national’ as a dimension of scalar relations”. Progress in Human Geography 29, 4, p. 458–473, 2005.

MARSTON, S A.; JONES III, J. P; WOODWARD, K. “Human geography without scale”. Transactions of the Institute of British Geographers, n 30, p.416–432, 2005.

MEDEIROS, C. A. “Instituições e desenvolvimento econômico: uma nota crítica ao “nacionalismo metodológico””. Economia e Sociedade, Campinas, v. 19, n. 3 (40), p. 637-645, dez. 2010.

MITCHELL, T. “The limits of the state: beyond statist approaches and their critics”. The American Political Science Review, Vol. 85, No. 1, p. 77-96, 1991.

MORAES, A. C. R. “Notas sobre identidade nacional e institucionalização da geografia no Brasil”. Estudos Históricos, Rio de Ianeiro, vol. 4, n. 8. 1991, p. 166-176.

OLIVEIRA, F. Elegia Para uma Re(li)gião. Sudene, Nordeste. Planejamento e Conflito de Classes. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.

OLIVEIRA, F. A Economia da Dependência Imperfeita. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1989.

OLIVEIRA, F. “A Metamorfose da Arribaçã: fundo público e regulação autoritária na expansão econômica do Nordeste”. Novos Estudos Cebrap, n.27, 1990.

PAINTER, J. “Rethinking territory”. Antipode Vol. 42 No. 5, p. 1090–1118, 2010.

PECK, J. “Fuzzy old world: a response to Markusen”. Regional Studies, 37: 6, p.729- 740, 2003.

PECK, J. “Political economies of scale: fast policy, interscalar relations, and neoliberal workfare”. Economic Geography, volume 78 (3), 2002.

RADICE, H. “The national economy: a keynesian myth?” Capital and Class, n.22, 1984.

SALLUM JR, B. “Federação, autoritarismo e democratização”. Tempo Social, Revista de Sociologia da USP, 8(2): p. 27-52, out. 1996.

SANTOS, M. “Relações espaço-temporais no mundo subdesenvolvido”. Seleção de Textos, n.1, 1976.

SLATER, D. “Post-colonial questions for global times”. Review of International Political Economy, 5:4, p. 647-678, 1998.

SMITH, N. “Scale bending and the fate of the national”. In: SHEPPARD, E; MCMASTER, R. B. (Org) Scale and Geographic Inquiry: Nature, Society, and Method. Blackwell Publishing, 2008.

TAVARES, H.M. Planejamento Regional e Mudança. O Projeto Furtado-JK para o Nordeste. Rio de Janeiro; H.P. Comunicação/UFRJ/IPPUR, 2004. 212p.

TAYLOR, P. J. “The state as container: territoriality in the modern world-system”. Progress in Human Geography 1994 18(2): 151- 162.

TAYLOR, P. J. “Embedded statism and the social sciences: opening up to new spaces”. Environment and Planning A, 1996, volume 28, p. 1917-1928.

WERNECK VIANNA, L. “Caminhos e descaminhos da revolução passiva à brasileira”. Dados, vol. 39 no. 3, 1996.

Publicado

2012-11-30

Como Citar

Souza, M. B. de. (2012). Espacializando o desenvolvimentismo – imaginário, escalas e regulação. Revista Brasileira De Estudos Urbanos E Regionais, 14(2), 35. https://doi.org/10.22296/2317-1529.2012v14n2p35

Edição

Seção

Repensando o Regional