Observatório de Conflitos Urbanos de Curitiba: metodologia e categorias de análise

Autores

  • José Ricardo Vargas de Faria Universidade Federal do Paraná, Centro de Estudos em Planejamento e Políticas Urbanas, Curitiba, PR, Brasil https://orcid.org/0000-0003-2594-3550
  • Simone Polli Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Programa de Pós-graduação em Planejamento e Governança Pública, Curitiba, PR, Brasil https://orcid.org/0000-0002-9673-592X
  • Ramon Gusso Instituto Federal de Brasília, Curso Superior de Tecnologia em Gestão Pública, Brasília, DF, Brasil https://orcid.org/0000-0002-5170-3617

DOI:

https://doi.org/10.22296/2317-1529.rbeur.202035pt

Palavras-chave:

Conflitos urbanos, Metodologia, Ação Coletiva, Protestos, Curitiba

Resumo

Os conflitos urbanos, como expressão da conflitualidade social, são fenômenos importantes e objeto destacado para a reflexão sobre as dinâmicas e relações sociais. A proposta deste trabalho é apresentar categorias e metodologia que contribuam para aprofundar o conhecimento sobre as lutas sociais urbanas e sua inserção na dinâmica mais geral da conflitualidade social, com base na experiência de construção de instrumentos de pesquisa e aportes teóricos que subsidiam o Observatório de Conflitos Urbanos de Curitiba. A análise global dos 707 protestos registrados traz elementos para avaliação do potencial teórico-metodológico da proposta, evidenciando que os protestos acionam, de diferentes maneiras, demandas pela qualificação (melhorias em infraestrutura e serviços), apropriação (reconhecimento de usos) e transformação (modificação dos processos de produção) dos espaços urbanos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

José Ricardo Vargas de Faria, Universidade Federal do Paraná, Centro de Estudos em Planejamento e Políticas Urbanas, Curitiba, PR, Brasil

Engenheiro civil, doutor em Planejamento Urbano e Regional pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ippur/UFRJ), professor do Departamento de Transportes e dos Programas de Pós-graduação em Planejamento Urbano (PPU) e em Políticas Públicas (4P) da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Pesquisador do Centro de Estudos em Planejamento e Políticas Urbanas (Ceppur/UFPR) e Líder do Grupo de Pesquisa em Planejamento e Políticas Urbanas da UFPR.

Simone Polli, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Programa de Pós-graduação em Planejamento e Governança Pública, Curitiba, PR, Brasil

Arquiteta e urbanista, mestra e doutora em Planejamento Urbano e Regional pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ippur/UFRJ), professora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo (DEAAU) e do Programa de Pós-graduação em Planejamento e Governança Pública (PPPGP) da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Líder do Grupo de Pesquisa: Cidades, Planejamento e Gestão.

Ramon Gusso, Instituto Federal de Brasília, Curso Superior de Tecnologia em Gestão Pública, Brasília, DF, Brasil

Cientista social, mestre e doutor em Sociologia Política pela Universidade Federal de Santa Catarina (PPGSP/UFSC). Professor substituto da graduação em Tecnologia em Gestão Pública – Instituto Federal de Brasília, campus Brasília.

Referências

ABERS. R.; BÜLOW. M. V. Movimentos sociais na teoria e na prática: como estudar o ativismo através da fronteira entre Estado e sociedade? Sociologias, Porto Alegre, ano 13, n. 28, p. 52-84, 2011.

ALONSO, A. As teorias dos movimentos sociais: um balanço do debate. Lua Nova, São Paulo, 76, p. 49-86, 2009.

BEIELER, J. Animated protest mapping. Disponível em: http://johnbeieler.org/. Acesso em: 3 set. 2015.

BOURDIEU, P. O poder simbólico. 6. ed. Rio de Janeiro: Bertrand, 2003.

CARDOSO, R. Movimentos sociais urbanos: balanço crítico. In: SORJ, B.; ALMEIDA, M. H. T. (org.). Sociedade política no Brasil pós-64 [online]. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, p. 313-350, 2008.

CHAZEL, F. Movimentos sociais. In: BOUDON, R. (org.). Tratado de sociologia. Rio de Janeiro: Zahar, 1995.

ENGELS, F. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. São Paulo: Boitempo, 2008.

ENGELS, F. Sobre a questão da moradia. São Paulo: Boitempo, 2015.

FLACKS, D. A questão da relevância nos estudos dos movimentos sociais. Revista Crítica de Ciências Sociais, Lisboa, n. 72, p. 45-66, 2005.

FRASER, N. Da redistribuição ao reconhecimento? Dilemas da justiça numa era “pós-socialista”. Cadernos de Campo, São Paulo, n. 14-15, p. 1-382, 2006.

FRASER, N.; HONNETH, A. Redistribution or recognition? A political-philosophical Exchange. London: Verso, 2003.

FORTI, R. (org.). Marxismo e urbanismo capitalista: textos críticos. São Paulo: Ciências Humanas, 1979.

GDELT. Intro. Disponível em: http://gdeltproject.org/. Acesso em: 3 set. 2015.

HARVEY, D. Labour, capital, and class struggle around the built environment in advanced capitalist societies. In: GIDDENS, A.; HELD, D. (org.). Class, power, and conflict: classical and contemporary debates. Berkeley; Los Angeles: UCPress, 1982.

HARVEY, D. Cidades rebeldes. São Paulo: Martins Fontes, 2014.

JASPER, J. Protesto: uma introdução aos movimentos sociais. Rio de Janeiro: Zahar, 2016.

KOWARICK, L. A espoliação urbana. São Paulo: Paz e Terra, 1979.

LEFEBVRE, H. O direito à cidade. São Paulo: Centauro, 2006.

MARICATO, E. Metrópole na periferia do capitalismo: ilegalidade desigualdade e violência. São Paulo, jul. 1995. Disponível em: http://www.fau.usp.br/depprojeto/labhab/biblioteca/textos/maricato_metrperif.pdf. Acesso em: 15 jun. 2020.

MARICATO, E. Impasse da política urbana no Brasil. Petrópolis: Vozes, 2011.

MARX, K.; ENGELS, F. O Manifesto Comunista. Rio de Janeiro: Contraponto, 1999.

McADAM, D.; TARROW, S. TILLY, C. Para mapear o confronto político. Lua Nova, São Paulo, n. 76, p. 11- 48, 2009.

MELUCCI, A. A invenção do presente: movimentos sociais nas sociedades complexas. Petrópolis: Vozes, 2001.

MOISÉS, J. A. et al. Cidade, povo e poder. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982. v. 5. (Coleção Cedec/Paz e Terra).

OLIVEIRA, D. Curitiba e o mito da cidade modelo. Curitiba: UFPR, 2011.

PERISSINOTTO, R. Considerações sobre o marxismo analítico. In: CODATO, A.; PERISSINOTTO, R. Marxismo como ciência social. Curitiba: UFPR, 2011.

ROLNIK, R. A cidade e a lei – legislação, política urbana e territórios na cidade de São Paulo. São Paulo: Studio Nobel: Fapesp, 1997.

SANCHEZ, F. Cidade espetáculo – política, planejamento e city marketing. Curitiba: Palavra, 1997.

SILVA, M. K; ARAUJO, G. O.; PEREIRA, M. M. Dinâmicas da ação coletiva: análise de eventos de protesto no estudo dos repertórios associativos. In: XXVIII CONGRESSO INTERNACIONAL DA ALAS, 6-11 set. 2011, Recife. Anais [...]. Recife: UFPE, 2011.

SILVA, M. K. et al. Dinâmicas da contestação: transformações nos repertórios de manifestação pública de demandas coletivas no Rio Grande do Sul – 1970 e 2010. In: XVII CONGRESSO BRASILEIRO DE SOCIOLOGIA, 2015, Porto Alegre. Anais [...]. Porto Alegre, 2015.

SIMMEL, G. O conflito como sociação. Tradução: Mauro Guilherme Pinheiro Koury. RBSE – Revista Brasileira de Sociologia da Emoção, v. 10, n. 30, p. 568-573, 2011.

TARROW. S. O poder em movimento: movimentos sociais e confronto político. Petrópolis: Vozes, 2009.

TOPALOV, C. Análise do ciclo de reprodução do capital investido na produção da indústria da construção civil. In: FORTI, R. (org.). Marxismo e urbanismo capitalista: textos críticos. São Paulo: Ciências Humanas, 1979.

Publicado

2020-11-30

Como Citar

Faria, J. R. V. de, Polli, S. A., & Gusso, R. J. (2020). Observatório de Conflitos Urbanos de Curitiba: metodologia e categorias de análise. Revista Brasileira De Estudos Urbanos E Regionais, 22. https://doi.org/10.22296/2317-1529.rbeur.202035pt

Edição

Seção

Artigos - Território, Cidadania e Direitos