Uma Izidora e duas Rosas: notas para uma perspectiva do espaço protagonizada por mulheres negras
DOI:
https://doi.org/10.22296/2317-1529.rbeur.202138ptPalabras clave:
Protagonismo das Mulheres Negras, Izidora, Disputas de Lugar, Feminismo Negro, NarrativasResumen
O presente artigo tem como objetivo discutir o protagonismo das mulheres negras nas disputas de lugar ocorridas, em três tempos históricos distintos, na região da Izidora, onde atualmente se localizam as ocupações Vitória, Esperança e Rosa Leão, situada no vetor norte da cidade de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. O que se busca mostrar é a convergência entre as lutas em torno da permanência das comunidades na dimensão físico-territorial e das lutas por nomeação do lugar. As perspectivas feministas negras são tomadas, enquanto epistemologia, para construir um quadro conceitual que, ao problematizar análises unidimensionais da produção do espaço, dá visibilidade às múltiplas dinâmicas que se entrecruzam no espaço e no tempo, informadas por gênero, raça e classe.
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