Territórios periféricos e as geografias da reprodução social crítica: heterogeneidade de práticas na urbanização periférica
DOI:
https://doi.org/10.22296/2317-1529.rbeur.202504Palabras clave:
Desigualdade socioespacial, Espaço urbano, Teorias urbanas, Periferias, Crise, Produção do Espaço, Reprodução SocialResumen
A partir de pesquisa de natureza etnográfica realizada em uma periferia metropolitana de Belo Horizonte, este texto investiga as geografias da reprodução social crítica produzidas por sujeitos periféricos de modo a garantir sua sobrevivência em meio à crise. Explora-se a diversidade de práticas a partir de relatos de histórias da área estudada, atentando-se para as estratégias de reprodução social e as espacialidades produzidas. Trata-se de estratégias para sobreviver nas adversidades acumuladas no contexto da crise contemporânea. O argumento baseia-se no diagnóstico de uma profunda transformação nos territórios periféricos e busca evidenciar a complexidade das práticas sociais que estão envolvidas na dinâmica da urbanização periférica, evidenciando a heterogeneidade desta realidade.
Descargas
Citas
ABÍLIO, L. Uberização e viração: mulheres periféricas no centro da acumulação capitalista. Margem Esquerda, n. 31, p. 53-9, 2018.
AMORIM, A. N.; FELTRAN, G. Ordem e progresso: expansão do mundo do crime e projetos de mobilidade. Novos Estudos Cebrap, v. 42, n. 1, p. 21-38, 2023.
ANTUNES, R. O privilégio da servidão: o novo proletariado de serviço na era digital. São Paulo: Boitempo, 2018.
AZAÏS, C. As zonas cinzentas do assalariamento: proposta de leitura do emprego e trabalho. In: AZAÏS, C.; KESSLER, G.; TELLES, V. Ilegalismo, cidade e política. Belo Horizonte: Fino Traço, 2012.
BELLO, C. Percepções sobre pobreza e Bolsa Família. In: SINGER, A.; LOUREIRO, I. (Orgs.). As contradições do lulismo: a que pontos chegamos? São Paulo: Boitempo, 2016.
BERALDO, A. Negociando a vida e a morte: Estado, Igreja e crime nas margens urbanas. São Carlos: EdUFSCar, 2022.
BHATTACHARYA, T. Social Reproduction Theory: Remapping Class, Recentering Oppression. London: Pluto Press, 2017.
BONDUKI, N.; ROLNIK, R. Periferias: ocupação do espaço e reprodução da força de trabalho. São Paulo: FAU-USP, 1979.
BOTELHO, M. Negacionismo da crise. YouTube, 14 ago. 2023. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=0B1KR6UWeIM. Acesso em: 18 out. 2024.
BRAGA, R. A rebeldia do precariado: trabalho e neoliberalismo no Sul global. São Paulo: Boitempo, 2017.
CALDEIRA, T. Peripheral Urbanization: Autoconstruction, Transversal Logics and Politics in Cities of the Global South. Environment and Planning D: Society and Space, v. 35, n. 1, p. 3-20, 2017.
CALDEIRA, T. Transitoriness: Emergent Time/Space Formations of Urban Collective Life. In: AMIN, A.; LANCIONE, M. (Orgs.). Grammars of the Urban Ground. Durham: Duke University Press, 2022. p. 155-74.
CANETTIERI, T. A condição periférica. Rio de Janeiro: Consequência Editora, 2020.
CANETTIERI, T. Geografias da reprodução social crítica: fraturas e fronteiras em territórios periféricos durante a crise. In: BARBOSA, R.; ALMEIDA, N. L. (Orgs.). Labirintos da precarização do trabalho e das condições de vida. Curitiba: CRV Editora, 2023.
CANETTIERI, T. Periferias, reprodução social crítica e urbanização sem salário. Belo Horizonte: Cosmópolis, 2024.
CARDOSO, A. A construção da sociedade do trabalho no Brasil: uma investigação sobre a persistência secular das desigualdades. Rio de Janeiro: FGV, 2014.
COSTA, H. Um lugar ao sol: utopia e sofrimento no empreendedorismo popular paulistano. 2022. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2022.
DAMIANI, A. A metrópole e a indústria: reflexões sobre uma urbanização crítica. Terra Livre, n. 15, p. 21-37, 2000.
DAMIANI, A. Urbanização crítica e situação geográfica a partir da metrópole de São Paulo. In: CARLOS, A. F. A.; OLIVEIRA, A. U. (Orgs.). Geografias de São Paulo: representação e crise da metrópole. São Paulo: Contexto, 2004.
DENNING, M. Wageless Life. New Left Review, n. 66, p. 79-97, 2010.
FEDERICI, S. O ponto zero da revolução: trabalho doméstico, reprodução e lutas feministas. São Paulo: Elefante, 2018.
FELTRAN, G. Fronteiras de tensão: política e violência nas periferias de São Paulo. São Paulo: Editora Unesp, 2011.
FELTRAN, G. O valor dos pobres: a aposta do dinheiro como mediação para o conflito social contemporâneo. Cadernos CRH, v. 27, n. 72, p. 495-512, 2014.
FELTRAN, G. Economias (i)lícitas: uma perspectiva etnográfica. Journal of Illicit Economies and Development, v. 1, n. 2, p. 1-10, 2019.
FERGUSON, S. Women and Work: Feminism, Labour and Social Reproduction. London: Pluto Press, 2019.
FONTES, L. Between Dreams and Survival: The (Dis)Embeddedness of Neoliberalism among Entrepreneurial Workers from São Paulo’s Peripheries. International Journal of Urban and Regional Research, v. 48, n. 3, p. 506-22, 2024.
GAGO, V. A razão neoliberal: economias barrocas e pragmática popular. São Paulo: Elefante, 2018.
GIAVAROTTI, D. Eles não usam macacão: crise do trabalho e reprodução do colapso da modernização a partir da periferia da metrópole de São Paulo. 2018. Tese (Doutorado em Geografia) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018.
GIELOW, I. Economia cria “inempregáveis”, diz FHC. Folha de S.Paulo, São Paulo, 8 abr. 1997. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc080427.htm. Acesso em: 24 nov. 2024.
GRAY, N. Rethinking Italian Autonomist Marxism: Spatial Composition, Urban Contestation and the Material Geographies of Social Reproduction. Antipode, v. 54, n. 3, p. 800-25, 2022.
GREGORY, M. F. Viração: experiências de meninos nas ruas. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
HALL, S. Social Reproduction as Social Infrastructure. Soundings, n. 76, p. 92-4, 2020.
HIRATA, D. Sobrevivendo na adversidade: mercados e formas de vida. São Carlos: EdUFSCar, 2017.
HOLSTON, J. Autoconstruction in Working-Class Brazil. Cultural Anthropology, v. 6, n. 4, p. 447-65, 1991.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Divulgação especial: medidas de subutilização da força de trabalho. Rio de Janeiro: IBGE, 2021.
KATZ, C. Bad Elements: Katrina and the Scoured Landscape of Social Reproduction. Gender, Place and Culture, v. 15, n. 1, p. 15-29, 2008.
KATZ, C. Capitalismo vagabundo e a necessidade da reprodução social. Geousp: Espaço e Tempo, v. 23, n. 2, p. 435-52, 2019.
KOWARICK, L. A espoliação urbana. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980.
KURZ, R. Dinheiro sem valor: linhas gerais para uma transformação da crítica da economia política. Lisboa: Antígona, 2014.
KURZ, R. A crise do valor de troca. Rio de Janeiro: Consequência, 2018.
LEFEBVRE, H. The Production of Space. Oxford: Blackwell Publisher, 1991.
LEFEBVRE, H. Critique of Everyday Life. London: Verso, 2014.
FERNANDES, T.; BILENKY, T.; BRAGON, R. Lei trabalhista tem que se aproximar da informalidade, diz Bolsonaro. Folha de S.Paulo, São Paulo, 12 dez. 2018. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/12/lei-trabalhista-tem-que-se-aproximar-da-informalidade-diz-bolsonaro.shtml. Acesso em: 24 nov. 2024.
MARICATO, E. A produção capitalista da casa (e da cidade) no Brasil urbano. São Paulo: Alfa-Omega, 1979.
MILLAR, K. M. The Precarious Present: Wageless Labor and Disrupted Life in Rio de Janeiro, Brazil. Cultural Anthropology, v. 29, n. 1, p. 32-53, 2014.
OLIVEIRA, F. Crítica da razão dualista / O ornitorrinco. São Paulo: Boitempo, 2003.
PAOLINELLI, M. Ocupar, alugar, ocupar: rentismo de baixo e organização popular na produção da cidade. 2023. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2023.
PITTA, F. O crescimento e a crise da economia brasileira no século XXI como crise da sociedade do trabalho: bolha das commodities, capital fictício e crítica do valor-dissociação. Sinal de Menos, n. 14, v. 1, p. 38-145, 2020.
POCHMANN, M. O mito da grande classe média: capitalismo e estrutura social. São Paulo: Boitempo, 2014.
RICHMOND, M.; KOOPER, M.; OLIVEIRA, V. C.; PLACENCIA, J. Espaços periféricos, ontem e hoje. In: Espaços periféricos: política, violência e território nas bordas da cidade. São Carlos: EdUFSCar, 2020.
RIZEK, C. Trabalho, moradia e cidade: zonas de indiferenciação. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 27, n. 78, p. 41-51, 2012.
SCHOLZ, R. Marxismo, feminismo, teoria crítica hoje ... e a crítica da dissociação-valor. 2022. Disponível em: https://www.obeco-online.org/roswitha_scholz39.htm. Acesso em: 3 abr. 2024.
SCHWARZ, R. Fim de século. In: Sequências brasileiras. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.
STREULE, M.; KARAMAN, O.; SAWYER, L.; SCHMID, C. Popular Urbanization: Conceptualizing Urbanization Processes beyond Informality. International Journal of Urban and Regional Research, v. 44, n. 4, p. 652-72, 2020.
TELLES, V. A cidade nas fronteiras do legal e do ilegal. Belo Horizonte: Argvmentvm, 2011.
VERDI, E. A privação tem rosto de mulher: gestão da pobreza e segregação socioespacial na periferia de São Paulo. 2023. Tese (Doutorado em Geografia) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2023.
VOGEL, L. Marxismo e a opressão às mulheres: rumo a uma teoria unitária. São Paulo: Expressão Popular, 2022.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Categorías
Licencia

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Los autores que publican en esta revista aceptan los siguientes términos:
1) Los autores que publican en la RBEUR conservan los derechos sobre su obra y otorgan a la revista el derecho de primera publicación, realizada bajo la Licencia Creative Commons Attribution que permite compartir la obra y asegura el reconocimiento de la autoría y del vehículo de publicación original, la RBEUR.
2) Los autores son libres para publicar y distribuir de forma no exclusiva la versión del trabajo publicado en esta revista (por ejemplo, publicar en repositorio institucional o como capítulo de un libro), reafirmando la autoría y el reconocimiento del vehículo de publicación original, la RBEUR.