Mobilidade populacional e um novo significado para as cidades: dispersão urbana e reflexiva na dinâmica regional não metropolitana

Autores

  • Ricardo Ojima Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Rio Grande do Norte
  • Eduardo Marandola Jr. Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas, São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.22296/2317-1529.2012v14n2p103

Palavras-chave:

dispersão urbana, deslocamentos pendulares, urbanização, migrações, demografia, região.

Resumo

Nas últimas duas décadas, especialmente, a maior novidade no processo de urbanização brasileira não vem das grandes metrópoles, que receberam muita atenção em termos de políticas públicas e sociais, da mídia e de pesquisas acadêmicas desde os anos 1970. O processo de migração rural-urbana de longa distância e a urbanização-industrialização que ajudaram a formar as nossas nove metrópoles clássicas hoje parecem assumir novos contornos. Para realizar tal discussão, partiremos de uma compreensão do papel dos deslocamentos pendulares na urbanização brasileira, explorando os dados mais recentes no que revelam de novidade na última década (especialmente fora das regiões metropolitanas), passando a seguir para uma reflexão sobre suas consequências em termos dos modos de vida e das repercussões na escala do cotidiano urbano, que passa a ter dimensão regional.

 

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Publicado

2012-11-30

Como Citar

Ojima, R., & Marandola Jr., E. (2012). Mobilidade populacional e um novo significado para as cidades: dispersão urbana e reflexiva na dinâmica regional não metropolitana. Revista Brasileira De Estudos Urbanos E Regionais, 14(2), 103. https://doi.org/10.22296/2317-1529.2012v14n2p103

Edição

Seção

Repensando o Regional